Entre os carros produzidos pela Volkswagen atualmente, está o Golf – um hatch originado em 1974 e que conservou sua essência até os dias de hoje, só que em evolução progressiva. Estamos falando da geração VI, prestes a ser substituída na Europa. Mas você quer saber sobre o vendido no Brasil? Ah, sim...
O Golf começou a ser importado a partir de sua terceira geração. Talvez este foi o maior salto dado na carreira do modelo, pois abandonou os faróis redondos e inaugurou uma linha de estilo mais próxima da que é seguida até os dias atuais. O destaque era a versão GTi, a mais completa, mas estava longe de ser páreo para os Fiat Turbo, GSi e XR3 da época, até porque no Brasil, seu motor 2.0 era o de 8 válvulas, e não o de 16v, mais potente. Depois, vieram as versões mais básicas (que só tinham direção hidráulica, que looosho), a versão conversível (raridade) e o modelo automático (na época, hatch automático era raro, já que o equipamento geralmente só era disponibilizado em carros grandes).
O modelo duas-portas, ironicamente, foi produzido no Brasil, mas apenas para exportação…
Em 1997, os europeus já conheciam a quarta geração do Golfera, mas felizmente no fim de 1998 o modelo já era oferecido no Brasil, ainda importado. Seu interior, com semelhanças com o Passat (o então carro mais caro da Volkswagen) causava boa impressão, mas é de se estranhar um carro que tinha ar-condicionado Climatronic com um belo visor convivendo com um rádio AM toca-fitas.
Sem falar que a iluminação dos instrumentos era incômoda, o espelho direito era menor que o esquerdo (que sina…), as colunas traseiras reduziam a visibilidade e o porta-copos era pouco ergonômico. Na época, havia os motores 1.8 Turbo 150 cv, o 2.0 do Santana e o 1.6 SR (Sem Rendimento).
Depois, o Golf passou a ser produzido em São José dos Pinhais (PR), juntamente com o primo rico Audi A3 (os dois compartilhavam a mesma plataforma). Quem comprou o modelo alemão se ferrou precisou enfrentar a desvalorização alta. Ainda assim, por ser um dos mais modernos da categoria, conquistou espaço entre os VIPs e quaaase vendeu mais que o Astrassauro em 2001.
Mas eis que em 2003 a quinta geração é lançada na Europa. A Volkswagen optou por não fabricá-lo no Brasil, por se tratar de um modelo mais moderno e que exigiria investimento altíssimo (na época, o modelo custaria 7 reais a mais). Assim, o Golf brasilino só perdeu em vendas.
Todo mundo se animou (até eu) quando chegava cada vez mais perto o lançamento do “Novo Golf brasileiro”, que, dizia-se, seria até mais bonito do que o europeu! Mas a Volkswagen, para não apresentar um carro que poderia ofuscar a sexta geração do modelo, regrediu o design. O resultado foi uma das reestilizações mais mal-sucedidas do País, competindo com o Mille Fire em beleza.
Sem falar que a VW dizia que a frente e a traseira eram inspiradas em aviões a jato (talvez, com o uso de dorgas...) e batia no peito por fazer um Golf mais atual que o europeu, com sua frente, que com muito desconto e boa vontade, lembrava de relance uma cópia filhadaputamente mal-feita do Tiguan. O brasileiro, além de esperar cinco anos pelo Golf 4,5, recebeu um carro tecnicamente igual ao de dez anos antes.
O Golf ainda ganhou mais um retoque podre, com grade superior preta, digna de carro popular, e lanternas “Crystal Black”. Hoje, só tem os propulsores 1.6 EA-111 (ruído by Eletronic Arts) e o mesmo 2.0 8V do início da geração 4.
Legenda real: VW-Gol-Sportline
Versões
GTI: A fodona, praticamente um Golf à parte. Existe desde a primeira geração do Golf, mas por aqui começou com 115 cv na terceira geração e pulou para 150 cv com o mesmo motor 1.8 Turbo do Passat de quinta geração. Em 2002, aumentaram a pressão da turbina e o carro ganhou 30 cv (versão conhecida como GTI de I vermelho). E na satânica remodelação de 2007, ganhou um gás a mais quando abastecido com gasolina Premium (ou seja, com Podium de R$ 4,00 o litro), chegando a 193 cv, um a mais que o Civic Si, o que o tornava esportivo mais potente feito no Brasil. Pura trollagem, pois com gasosa comum ele rendia os mesmos 180 cv de antes. Completo, custava mais de R$ 100.000. Em 12/02/2009, a VW anunciou a descontinuação do GTI nacional.
Black and Silver: Edição limitada com mais equipamentos, disponíveis somente nas cores preto e prata (a ditadura das cores), nos motores 1.6 ou 2.0.
Generation: Apesar de todos os loooshos, só tinha opção do motor 1.6
Flash: Apareceu um ano antes do 4/5 e estreou o motor 1.6 total fréquis na linha Golf. Possuia novas rodas e faróis escurecidos.
Sport: Tinha visual semelhante ao do GTI, com motor 1.6 ou 2.0. Mas em 2004 veio uma nova versão Sport, desta vez com o 1.8T de 150 cv do antigo GTI.
Tech: O modelo trazia uns “gadgets” a mais, como Buetooth, MP3, sensor de estacionamento… Este já possui a nova carroceria. O propulsor era o então recém-lançado 1.6 VHT.
Black Edition: Versão com tudo preto (rodas aro 17”, faróis e lanternas).
Silver Edition: Edição feita especialmente para 50 trouxascolecionadores, com detalhes como câmbio automático, rodas aro 17” e motor 2.0.
VR6: Entre os Golferas existentes no Braçil, esse é o pika das galáxias! O modelo foi lançado em 2003, custava R$ 105.600 e teve 99 unidades vendidas no Brasil. Certamente um roubo, pois era um Golf duas-portas, com motor 2.8 de 1991 do Passat VR6, que sobrou no depósito de peças reprovadas pelo controle de qualidade, com apenas 20 cavalos a mais que o GTI, spoiler e aerofólio (pode-se encontrar kits paralelos similares) e plaquinha numerada. Além de apresentar peso muito bem distribuído (85% no eixo da frente), era um carro excelente de comportamento dinâmico (ia em linha reta). Mas garante aquele ar de exclusividade e se tornou cobiçado entre os "colecionadores".
Sportline: Somente uma variação com visual mais esportivo que o Golf convencional. Atualmente possui visual parecido com o da versão GT. Depois veio uma edição com faróis escuros, teto solar e bancos de couro, a Sportline Limited Edition.
GT: Merda sobre rodas, imitação do gambiarrado Vectra GT: de apelo esportivo, não tem nenhum, a não ser o visual discutível, com máscaras no farol e na lanterna, rodas toscas e um ou outro detalhe para se parecer com o modelo GTI. Só que sem o motor do GTI: é o mesmo 2.0 manco das demais versões.
Havia ainda as versões peladas e a Confortline, a versão de "luxo" do Golf, que custava 65 paus e vinha com motor 2.0 e uns frisinhos cromados bem baianos no parachoque. Mas estas não são tão atraentes pros manos. Versões de respeito, como a R32 ou as atuais GTI e R, nunca foram comercializadas oficialmente no Brasil. Com um pouco de sorte, você encontra um GTI MK5 numa importadora independente por R$ 175.000.
Derivados
- Bora: sedan que, apesar de ser bem diferente do visual do Golf, nunca empolgou em vendas.
- Variant: versão perua que ocuparia o lugar da Quantum caso fosse vendida aqui. A traseira é totalmente reta.
- Cabriolet: foi por muito tempo o Peugeot 206,666 da Europa: sua terceira geração de 1991 ganhou cara da quarta e ficou no mercado até o lançamento do Eos, em 2005.
- Plus: foi o que saiu quando a VW quis dar um ar de minivan ao Golf.
- Scirocco: modelo próprio que se aproxima do estilo Shooting Brake. Uma Ferrari FF de póbri.
Perfil dos donos
Golf de mano prestes a ser atingido por um VW Polo
Antigamente, quando as Spice Girls detonavam e o Pager estava na moda, Golf era um carro de VIP. Os manos poderiam se virar, no máximo, com um Gol bolinha. Com o passar do tempo, estes endinheirados não viram mais graça no Golf e passaram a procurar modelos mais modernos. Sorte dos manolos, que viram a oportunidade de comprar um carro maior para arrepiar nos pegas ou conseguir uma puta.
Diz-se que, para saber a quantidade de prestações que um infeliz proprietário de um VW Golf tem a pagar, basta olhar o volume do rádio (roubado) e multiplicar pelo número de CD's piratas que está no porta-CD que saiu de brinde da caixa de cereal. Ex: Volume 81 x 36 CD's piratas = 2916. Soma-se os dígitos e multiplica pelo último. (2 + 9 + 1) x 6 = 72 suaves prestações de R$ 914,56 pela BV Financeira, ou seja, 90% do salário do indivíduo (putz, que cálculo engenhoso!).
Verdades
- Por que havia tanta preocupação com a facilidade de arrombamento do Golf, se 51% do seu público-alvo são de assaltantes?
- Apesar de o Golf sempre ter sido um modelo de design conservador (típico da VW), ele sempre foi um carro que fez a cabeça dos manolos.
- Os Golf VR6
66números 13, 24 (hummm) e 69 foram comprados pelo filho do Lula antes do lançamento, o que fez a Polícia Federal dar um jeito de jogar na imprensa que os mesmos nunca foram fabricados... - Muitos manos só tinham condições de pagar as parcelas do Golfera. O custo da gasolina era rachado com os outros vileiros.
- Mais horroroso que o Golf 4,666 brasileiro, só o Bora HS (renomeação do Golf remodelado), feito na China (tinha que ser...).
- Ciente de que no Braçil os mexânicos só sabem "mecher" em AP, a VW não tem planos de oferecer nenhum motor melhor que o velho
APEA 113 2.0 de 120 cv. - Ao desfilar num Golfera rebaixado com aro 20", xenon e DVD com sonzeira tocando funk, o sujeito, devidamente portando Oakley e acompanhado por uma piriguete loira falsa, entra num estado máximo de êxtase e realização.
- Donos de Golferas sempre são vistos em postos e portas de balada, pois a grana vai toda no financiamento.
Diretamente do inferno… Volkswagen Bora HS
Caso a Volkswagen optasse por montar o Passat, ao invés do Golf, em São José dos Pinhais, olha só o carro que teríamos no mercado brasileiro, agora!
FONTE http://bizarricesautomotivas.blogspot.com.br/
massa esse post, tenho um mk3, e me orgulho dele, apesar de estar cada vez mais desvalorizado..
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